Wednesday, March 7, 2012

Couscous, franguinho, sonzinho



Hoje eu ia sair. Tem esse lugar incrível chamado La Kaña. Só música boa, coisa que eu curto muito. Escuta só esse Winter Mixtape que o pessoal da casa fez no fim do ano passado:




Essa noite de hoje prometia, mas acabei cozinhando pra Dani, que chegou em casa morta de fome. Comemos muito, chapamos. A noitada fica pra outro dia.

Fiz um couscous marroquino com um frango no forno. Esse frango ficou demais. Ele recebeu uma sessão de massagem com azeite de oliva, alecrim, louro, pimenta do reino, suco e zest de limão. Adoro essa palavra, zest...

Depois de uns 40 minutos no forno, reservei os pedaços de frango e, no mesmo tabuleiro, coloquei vinho branco. Raspei raspei raspei o tabuleiro e o resultado foi um suco nutritivo e riquíssimo. Delicioso.

O couscous levou cebolas e passas. Só isso.

De sobremesa, baklava. Nada melhor nesse mundo. Aqui perto tem um lugar que vende uma baklava incrivel. Noutro post, falo sobre esse lugar. Merece um post exclusivo.

A trilha sonora dos meus trabalhos culinários de hoje foi o podcast do trio Brandt Brauer Frick para o Little White Earbuds.

Thursday, February 2, 2012

Neve lá fora, na mesa uma sopa



Desde ontem não para de nevar. A cidade amanheceu branquinha. A neve é linda, mas tem também seus inconvenientes. A Dani voltava de avião e não pôde pousar por causa do mau tempo. Acabou tendo que voltar ao ponto de origem. Eu a estava esperando com uma sopinha quentinha, um copinho de cachaça e uma taça de vinho. O importante é que tudo está bem. Assim que ela chegar, tem comida boa.
Aqui em casa a sopa é muito popular. Nós adoramos. Eu sempre faço. Vocês ainda verão muitas sopas por aqui.
A sopa da vez foi uma de cebolas roxas caramelizadas, aceto balsamico, um pinguinho de shoyu e mostarda. Pra acompanhar, flutuando no líquido brilhante, pãezinhos com queijo Emmental.


Pra cebola ficar aquela calda de caramelo, bem suave, com aquele sabor levemente adocicado é preciso deixá-la no fogo baixo por pelo menos meia hora. Menos que isso não funciona. É incrível o fenômeno. Você deixa a cebola no fogo, no azeite de oliva e na manteiga e vai mexendo de vez em quando. Nisso você vai olhando o relógio. Quando se passam exatos 30 minutos, ocorre uma mudança drástica. A cebola se transforma, adquire esse brilho e essa textura. Coisa linda. 

Lá fora, a neve persiste. Boas botas, impermeáveis, são imprescindíveis.


Sunday, January 29, 2012

Molho de rakija



Dia desses, resolvi experimentar e colocar rakija no molho que eu fiz pra um spaghetti. Não sei se por aqui muitos pratos levam rakija, mas vou te dizer que é uma combinação porreta. Ela tem esse sabor muito especial. O prato ganha muito.
Esse molho que eu fiz pra esse spaghetti levou camarões, pimentões amarelos, cebola roxa, creme de leite, uma dose generosa de rakija e salsa pra dar uma esverdeada. Pra acompanhar, um vinho grego. Sabe, fico feliz de poder estender as minhas fronteiras vinícolas. Tenho tomado vinhos gregos, búlgaros, macedônios.
Esse é o vinho. Não repara na foto não.



Vou pensando em outros pratos que iriam bem com rakija.
E por falar no destilado balcânico... que maravilha de bebida! Não sei se é o hábito, o frio, mas me afeiçoei à rakija. 

Friday, January 27, 2012

Fast food balcânico 1: Pastrmajlija



Quem vive nos Balcãs não precisa de McDonalds, Burger King ou qualquer outra dessas lanchonetes de plástico. Aqui você encontra o melhor das guloseimas para se comer rapidinho. Tudo uma delícia!
Ontem comi uma pastrmajlija excelente. Eu saí com a intenção de comer um gyro (doner kebab), mas quando entrei na lanchonete, a pastrmajlija estava saindo do forno. Me conquistou na hora! Massa leve, fofinha, saborosa. Recheio de carne de porco temperada com pimentão vermelho, suculenta, pingando de sabor. Lembra um pouco a pizza, mas sem queijo e com um formato oval.
Se você quiser tentar fazer essa delícia tipicamente macedônia e entende croata (ou usa o Google Translate),pode clicar aqui.
Vou escrever mais sobre o fast-food balcânico. Vou voltar muitas vezes ainda ao lugar onde comi a pastrmajlija. O lugar chama Giradiko e serve muita coisa boa. Logicamente, como você já deve ter desconfiado, ali come-se um gyro incrível. Em breve fotos do gyro do Giradiko.

Thursday, January 26, 2012

Virando a tortilla



Eu já fui pra Espanha incontáveis vezes e já comi alguns milhares de pedaços de tortilla. Já provei de todos os sabores, umas incrivelmente deliciosas, outras nem tanto, mas sempre boas. O bom da tortilla é isso, é muito difícil ficar ruim. A não ser, é claro, que você use aquelas batatas horríveis e velhas do supermercado.
O curioso é que eu nunca me atrevi a fazer uma tortilla. Por um medo bobo, infantil. Eu tinha medo de virar a tortilla e botar tudo a perder. Pois ontem resolvi arriscar. Confesso que a minha tensão alcançou um nível considerável, mas fui em frente. Me armei de um pratão, trouxe a frigideira pra perto da pia e pum! Foi fácil, rápido, indolor. Quando eu levantei a frigideira e vi aquele manjar dourado, brilhando, reluzindo, respirando, quase vivo, fiquei muito feliz. O lado A da minha primeira tortilla estava lindo. Cuidadosamente, a escorri de volta pra frigideira (esse momento me deixou um tanto quanto apreensivo também) e dei continuidade ao processo. Mais uns 5 ou 7 minutos de preparação e eu estava ansiosíssimo pra ver como estava o lado B. Me sentido confiante, dei mais uma volta na dita cuja, dessa vez com muito mais elegância! Ficou bonitão! Sorriso nos lábios, papilas gustativas em estado máximo de excitação, narinas felizes com o contato com aqueles aromas e olhos radiantes. Mais 3 minutinhos, só pra finalizar (eu prefiro a tortilla mais bem passada). Da frigideira para o prato, do prato para o garfo, do garfo para a boca. Felicidade garantida para o resto da noite, pra mim e pra Dani, que aprovou e repetiu. A foto aí de cima foi ela quem tirou.
A tortilla é boa quente, fria, de manhã, de tarde ou de noite. Estou aqui agora escrevendo essas linhas, estreando esse blog e comendo um pedacinho, com um pouco de ajvar. Combinação porreta essa, ajvar e tortilla!

Aí vai a receita:
- 3 batatas descascadas e cortadas em rodelas
- 1 cebola grande picada
- 5 ovos
- azeite de oliva extra-virgem (bastante)
- sal

Numa frigideira a fogo médio/baixo, aqueça bastante azeite. Acrescente as batatas e a cebola e vá cozinhando até que tudo esteja bem cozidinho. Coloca um pouco de sal também. Demora uns 15 minutos, por aí. Mexa sempre e vá quebrando um pouco as batatas. No final, aumente o fogo pra dar aquela dourada. Reserve. Bata os 5 fogos com um pouco de sal. Com uma escumadeira, cate as batatas e acrescente aos ovos batidos. Misture bem e despeje numa frigideira. Uma pequena e mais funda é ideal. Aproveite um pouco daquele mesmo azeite que você usou pra fazer as batatas. O lance é dar uma chacoalhada na frigideira de vez em quando pra não grudar e pra tortilla ficar bonita e uniforme. Uns 5 minutos pra cada lado está bom. Se você quiser ela mais bem passada, como eu, volta o lado A pra frigideira e deixa mais um pouquinho.
Virar não é difícil não. É só arrumar um pratão raso, segurar firme em cima da frigideira e dar a volta, rapidinho, sem hesitar. Na hora de escorrer de volta, aí você toma cuidado pra não quebar, deformar. Vai chacoalhando a frigideira e pronto.